"Craques dentro e fora das quadras": Taboão da Serra implementa estilo de jogo da base junto ao profissional

Na quarta e última reportagem sobre os bastidores das categorias de base do futsal feminino, intitulada “Craques dentro e fora das quadras”, vamos ressaltar a importância do trabalho que é feito no Taboão da Serra, ou como é conhecido “Cats”, com as atletas juniores, que almejam vôos maiores em suas carreiras profissionais.
Considerado um dos grandes do futsal feminino tanto na base quanto no adulto –  enfrentando o São José em grandes finais de campeonatos organizados pela FPFS – , o Taboão da Serra possui um trabalho sólido, que tem início no segundo semestre de cada ano, onde começam os processos de peneiras até a formação do elenco. Na temporada passada, por exemplo, as comandadas de Cris Souza alcançaram uma semifinal e uma final, na categoria sub-15 e sub-17, respectivamente.
Porém, para que as meninas sejam incluídas ao time, alem da parte de testes, é obrigatório que as mesmas estejam na escola. “Estar estudando é fundamental, não existe outra possibilidade. Também tem questões técnica, comprometimento com os treinos”, ressalta a supervisora do Taboão, Priscila Silva.

Para que se faça um trabalho contundente e o clube tenha condições de brigar pelo título, o planejamento de base do Taboão sempre é feito no início do segundo semestre, visando o Estadual de base promovido pela FPFS, principal competição das categorias menores do  país.
Após o término das seletivas e formações dos elencos, o processo de treinos e formações do esquema de jogo é iniciado e segue o protocolo de formas de jogar iguais a da categoria Adulto. “Seguimos a mesma linha do profissional. Tudo o que o adulto treina, as meninas da base treinam. Claro que existem adaptações de acordo com o material humano que temos”, destaca a supervisora.
Para a atual temporada, visando também a permanência das atletas por mais tempo e as incentivando na modalidade, o Cats passará assinar contratos de formação com atletas da base, já que as equipes principais acabam perdendo atletas para outros clubes, lesões ou aposentadorias das quadras, o que acaba resultando em um desenvolvimento automático das atletas que vão migrando da base para o adulto.
“A gente sempre quer melhorar a nossa estrutura. Almejamos coisas muito melhores para que as atletas tinham melhores condições de trabalho e treinos, e desse forma elas possam se desenvolver dentro da modalidade”, afirma a treinadora do adulto e da base, Cris Souza.
Entretanto, para a modalidade e as atletas evoluírem, é necessário investimentos. O trabalho é árduo e cansativo, mas determinante para fazer com que a base do futsal feminino sempre caminhe para processos de renovações e se manter entre a modalidade mais praticada no país.
“A base é o futuro do nosso futsal. Se não formar atletas no futsal de base, não teremos o adulto daqui alguns anos. O mais importante é a manutenção do esporte. Fazer as atletas gostarem do esporte. As que jogam hoje em dia daqui a pouco se aposentam, então se a gente não formar meninas que gostem do futsal, não teremos mais o adulto”, explica Priscila.
Na visão da treinadora Cris Souza, outros fatores não menos importantes são os tipos de  mentalidades e esforços de quem trabalha atrás das quatro linhas para manter o futsal feminino no radar de quem aprecia a modalidade.
“Fazemos isso porque a gente acredita muito no futsal de uma maneira geral. A gente observa que a cada dia parece que menos clubes investem no futsal de base. Não queremos que o futsal acabe. Acreditamos que o futuro do futsal está na base”,  disse.
O grande objetivo final em qualquer campeonato é ver a base jogando de igual para igual com equipes mais experientes, como é o caso do São José e Corinthians/Tiger. “Jogar de igual para igual com os mais experientes. Apesar de termos três anos de Federação, temos  equipes que batem de frente com as demais”, finalizou Priscila.