Superação além das quadras: ala Jackson conta como venceu cegueira

 
Ala da ADC Intelli/Orlândia e da Seleção Brasileira de Futsal, que disputará a Copa do Mundo em setembro, na Colômbia, Jackson já teve que vencer, e muito, fora das quatro linhas antes de se tornar um dos principais jogadores na posição. O atleta das quadras, conhecido como “Samurai”, falou sobre “superação”, explicada pela cegueira que conseguiu bater logo no início da carreira. Confira!
“Eu dirigia para casa após o treino quando, na estrada, minha vista ficou totalmente embaçada ao ver o farol de um carro que vinha na direção contrária. Quase encostei o carro, pois não conseguia enxergar e com muita dificuldade consegui chegar em casa. Foi ali que percebi que precisava de ajuda”, declarou Jackson, que em 2009 tinha ceratocone, uma anomalia na córnea que embaça e distorce imagens.
O jogador, que nasceu na cidade de Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, viajou à capital Porto Alegre para averiguar seu problema de saúde. Na época, em 2009, o atleta, aos 19 anos de idade, tinha perdido nada mais, nada menos que 70% de sua visão; e ele falou sobre: “A notícia da perda irreparável da visão foi algo triste, mas o pós operatório foi algo ainda mais traumático, pois meu olho secava muito fácil, mas não podia usar colírio para não afetar a cicatrização. Foram três dias de muito sofrimento”, disse.
Por conta disso, o ala, revelado pelo Atlântico Erechim, time do futsal gaúcho, teria que ficar, no mínimo, por pelo menos seis meses fora das quadras, na ocasião, o restante da temporada. Porém, buscando seu espaço na equipe do Rio Grande do Sul, Jackson acabou retornando às quatro linhas três meses depois em relação à cirurgia na córnea.
“Eu não podia ficar de fora, tinha pouco tempo de carreira e estava começando a me destacar, mas, quando voltei, o uso dos óculos era necessário e, durante toda aquela temporada, joguei com um elástico na nuca para prender as hastes dos óculos”, disse o “Samurai”.
“Sigo tomando todos os cuidados já que, caso eu me descuide e perca a visão, não há nada a ser feito, apenas um transplante de córnea mudaria a situação. Meu irmão, Jonathan, também foi diagnosticado com ceratocone, mas, com a experiência que eu tive, logo que apareceram os primeiros sintomas, ele procurou um especialista e conseguiu controlar antes de sofrer um dano mais grave”, finalizou o jogador, que apesar de danos irreversíveis em sua visão, segue se cuidando a cada dia, realizando, periodicamente, consultas com especialista.
 
Por Assessoria FPFS
Com informações: ADC Intelli/CBFS

Foto: Divulgação/ Luan Amaral/ADC Intelli