Treinador brasileiro colhe sucesso no Cazaquistão após título da Uefa

A cidade de Almaty, no Cazaquistão, está em festa com a conquista do Kairat, campeão da Copa Uefa de Futsal, no último domingo (26). E a comemoração no país, que possui parte do território na Ásia central, tem um tempero bem brasileiro, com o técnico e ex-jogador Cacau sendo um dos grandes responsáveis pelo título cazaque na ‘Liga dos Campeões’ das quadras.
Desde 2013 no comando da equipe, Cacau implantou uma nova filosofia de trabalho, apostando em brasileiros – no elenco campeão são 11 jogadores -, e vem colhendo frutos positivos no Kairat. Até então, o clube já conquistou duas Copas da Uefa, o Mundial Intercontinental, a Copa Eremenko, três Ligas do Cazaquistão e três Copas do Cazaquistão. A sala de troféus ‘engordou’ muito por conta da estratégia adotada na grande decisão contra o Barcelona.
“Sabíamos da força do Barcelona, pois Gabriel, Ari, Saad, Dyego, Bateria, Ferrão e Wilde são alguns dos jogadores de alto nível da equipe espanhola. Eu tinha que quebrar o jogo, mudar um pouco em função de eles terem um conjunto espetacular. Nós temos um 5/4 que é forte e resolvi apostar nesta proposta de jogo, com o Higuita fazendo função de goleiro-linha. Outra arma nossa foi o Joan, que tem 38 anos e sabe cadenciar a partida, mas tenho que saber utilizá-lo em um jogo assim para tirar proveito. Nós fomos muito superiores no primeiro tempo, inclusive éramos para ter saído com 3 a 0, mas o árbitro não validou o gol do Humberto. Na segunda parte o Barcelona se mostrou superior e aí foi quando nós resolvemos apostar na função do Higuita para gastar o tempo, e nesse ponto fomos perfeitos“, analisa.
O ano de 2015 mal começou e já se mostra iluminado para Cacau. Além do sucesso no clube, ele também é o treinador da Seleção do Cazaquistão e vem conquistando resultados históricos. Um deles foi em março, quando o time nacional cazaque derrotou Portugal, uma das potências mundiais do futsal.
“O título da Copa da Uefa representou o início de um ano perfeito. Só tenho que agradecer aos meus atletas e comissão técnica pelo grande êxito que nosso clube teve. Inclusive, com a Seleção do Cazaquistão, no qual também sou o treinador, estamos colhendo ótimos resultados. Há um mês ganhamos de Portugal na classificatória da Euro 2016 e conseguimos avançar para fase seguinte, um feito inédito na história do Cazaquistão. Isso me faz crer que estou indo no caminho certo“, afirma.
Estilo de trabalho
Muito se fala sobre as diferentes filosofias de trabalho encontradas no mundo do futsal. Uns preferem explorar a marcação, outros a agilidade e dinâmica do jogo – sempre com o intuito de vencer. Cacau prefere não se encaixar em nenhum estilo, afirma que segue uma linha própria, mas faz um pedido a atual geração de técnicos do Brasil.
“Cada país tem sua cultura, cada treinador tem sua forma de trabalhar e respeito todas elas. Mas eu tenho minha forma de trabalhar e enquanto eu estiver conquistando resultado, vou seguir minha linha de trabalho. Acho que nós, brasileiros, deveríamos nos unir mais, pois estamos perdendo mercado no exterior para os espanhóis. Temos uma geração muito boa de grandes treinadores no Brasil“, diz.
Para o futuro, Cacau ainda não pensa em sair do Kairat. “Tenho contrato de mais três anos aqui. Sou feliz, vejo o respeito e o reconhecimento do meu trabalho partindo do presidente até os atletas e quero aprender cada dia mais, pois estou só no começo da minha carreira“, finalizou.
Por Assessoria FPFS
Com informações CBFS