Em dois anos de trabalho, Seleção conquista título inédito e agora foca no planejamento para o Mundial

Em julho de 2017 a Seleção Brasileira de Futsal recebia a reestruturação na sua comissão técnica. O carro chefe da mudança veio com o treinador Marquinhos Xavier, no adulto, que passou a comandar a equipe a partir de então, com um trabalho integrado nas categorias menores a partir do supervisor Reinaldo Simões. De lá para cá, os frutos foram colhidos com grandes resultados e a conquista de títulos como os da Liga Sul-Americana, Grand Prix e o inédito Jogos Olímpicos da Juventude – com a categoria sub-18.

O trabalho na Seleção traz para os profissionais novas responsabilidades e um ritmo diferente, mas com recompensas. Marquinhos, no caso, detalha que, de certa forma, teve a rotina de vida alterada pelos compromissos e os desafios como técnico do Brasil nas quadras. Ele destaca, principalmente, a responsabilidade exigida para seguir adiante no cargo.

“O cargo por si só tem uma importância muito grande, pois as pessoas que se interessam por futsal passam a te seguir e essa responsabilidade, que aumenta, é muito complicada de se administrar, pois você está sempre sendo vigiado e seguido de perto por quem acompanha o futsal. Até minha vida no clube precisou se adaptar de certa forma, às vezes o comportamento dentro e fora de quadra, embora tenha sempre tido uma responsabilidade muito grande em me manter focado na minha carreira, mesmo antes da Seleção. Mas as pessoas passam a te comparar, referenciar, muito pelo que você representa para o futsal do teu país. É gratificante, aumenta a responsabilidade, e te faz estar sempre muito focado, com os pés no chão, porque essa importância não pode de maneira nenhuma representar arrogância ou qualquer tipo de situação que saia do teu contexto habitual. Você tem que ser aquilo que você é, sabendo otimizar o exercício da função”, diz.

Retrospecto

Após 36 jogos na Seleção, Marquinhos acumulou 30 vitórias, 4 empates e 2 derrotas (uma para a Argentina e outra para a Sérvia). Apesar de bastante positivo, o treinador acredita que os números não são simplesmente atingidos por ele, mas que são reflexos da qualidade do futsal brasileiro. O que Marquinhos faz questão de destacar, na verdade, é a mudança de atitude que conseguiu observar nos atletas durante essa caminhada.

“Acho que os números comprovam o que é a Seleção Brasileira, não vejo como meus números. Talvez qualquer outra pessoa capacitada que estivesse no cargo, por ter um potencial técnico individual disponível como nós temos no mundo inteiro, poderia ter os mesmos resultados ou até um pouco melhor ou um pouco abaixo. Mas, enfim, acho que seria muito parecido. Então não vejo necessariamente como meus números, mas eles reforçam o que o futsal brasileiro é de fato e de direito. Acho que o que pode ter alguma mudança, e houve, foi em relação a identidade da Seleção. Você vê os atletas em um ambiente muito tranquilo, saudável, mas com uma vontade diferente, querendo realmente mudar esse panorama de que nós somos apenas um catado de bons profissionais. Conseguimos fazer um trabalho muito bem feito com relação a atitude dos atletas na seleção e isso é uma das coisas que mais me encanta”, pontua.

Destaque

Neste período foram diversos estilos diferentes de adversários encarados, desde potências assumidas na modalidade até equipes que começam a se destacar no cenário mundial. Diante de uma pluralidade de jogos, Marquinhos destaca aquela seleção que mais o surpreendeu: a República Tcheca.

“Acho que de todos os adversário que enfrentamos talvez o que tenha me chamado mais a atenção foi a equipe da República Tcheca, no final do Grand Prix de 2018. Neste momento identifiquei a mensagem de que precisaríamos enfrentar equipes com esse perfil. Assim nos dispusemos e conseguimos com toda a diretoria da CBFS montar um calendário que nos levou a Sérvia e Polônia recentemente. Não é só relacionado a qualidade do adversário, pois durante esse trajeto enfrentamos Portugal, Espanha, Argentina, Colômbia, mas tem a ver também com o comportamento diferente dos atletas, que realmente se dedicam muito ao jogo, um estilo mais físico e de competitividade até o último segundo. Isso foi importante para direcionar nossa atenção não só para aqueles que são os primeiros do ranking mundial, mas também aquelas seleções que a qualquer momento podem despontar”, afirma.

Planejamento

Os trabalhos seguem com foco total para a classificação ao Mundial de 2020. Assim, a agenda da Seleção vem sendo trabalhada com antecedência, buscando as melhores condições para que se possa reunir a equipe e dar desafios de qualidade, que sirvam realmente para fazer observações voltadas para a disputa da Copa do Mundo. Supervisor da Seleção, Reinaldo Simões destaca os pontos positivos do que vem sendo feito no planejamento.

“Estamos na reta final de um primeiro objetivo, que é garantir o Brasil na próxima Copa do Mundo. Este é um desafio que está ficando cada vez mais competitivo, com a evolução das equipes na América do Sul, e precisamos nos organizar para evitar qualquer tipo de surpresa. O que colhemos nestes últimos anos serve de base para nos mostrar que estamos no caminho certo. Precisamos seguir com foco e organização para conseguir nossa meta principal: o título do Mundial”, pontua.

Retrospecto Marquinhos Xavier

36 jogos / 30 vitórias* / 4 empates / 2 derrotas

*1 vitória nos pênaltis (contra a Argentina)

Amistoso

Brasil 1 x 0 Uruguai
Brasil 7 x 1 Uruguai
Brasil 3 x 1 Costa Rica
Brasil 5 x 1 Costa Rica
Brasil 8 x 2 Paraguai
Brasil 8 x 3 Paraguai
Brasil 3 x 1 Polônia
Brasil 5 x 0 Polônia
Brasil 4 x 2 Paraguai
Brasil 6 x 1 Paraguai
Brasil 6 x 1 Portugal
Brasil 4 x 0 Portugal
Brasil 2 x 2 Espanha
Brasil 3 x 1 Espanha
Brasil 0 x 3 Sérvia
Brasil 5 x 1 Sérvia
Brasil 5 x 1 Polônia
Brasil 7 x 2 Polônia

Desafio das Américas

Brasil 4 x 4 Argentina
Brasil 8 x 2 Argentina
Argentina 0 x 0 Brasil
Argentina 3 (3) x (4) 3 Brasil

*Conquista do Brasil nos pênaltis

Liga Sul-Americana (Seleção Principal) (2017)

Brasil 3 x 1 Peru
Brasil 5 x 3 Equador
Brasil 3 x 2 Colômbia

Fase final (Adulto)

Brasil 2 x 1 Argentina
Brasil 1 x 3 Argentina

*Brasil foi campeão com mais duas vitórias do Sub-19

Liga Sul-Americana Seleção Principal – Zonal Norte (2018)

Brasil 7 x 1 Venezuela
Brasil 5 x 3 Equador
Brasil 1 x 0 Peru
Brasil 4 x 4 Colômbia

Grand Prix

Fase de grupo

Brasil 10 x 1 Uruguai
Brasil 6 x 1 Costa Rica
Brasil 8 x 4 Bélgica
Brasil 9 x 4 República Tcheca

Final

Brasil 4 x 2 República Tcheca

Informações: assessoria de imprensa CBFS

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