“Onde tudo começou”: a maior contratação da época

Atualmente trabalhando como representante comercial no ramo têxtil e morando em Blumenau, Santa Catarina, nesta sexta-feira vamos contar um pouco mais da trajetória do ex-goleiro salonista Pança.

Marcelo Pazzini começou sua carreira no CJ14, do Itaim, sendo treinado pelo saudoso técnico Wagnão. A título de curiosidade, o ex-jogador não iniciou nas categorias de base, quando começou no futebol de salão foi direto para a categoria principal.

Mais um fato curioso na carreira de Pança é que antes de chegar ao Perdigão, forte clube de Santa Catarina na época, ele estudava e era sócio de seus pais em um empreendimento em Penedo, no Rio de Janeiro. Além da equipe do sul do país, Pança também jogou em outros tradicionais clubes: Círculo Militar de SP, Gercan,  Trilhoteiro de Pelotas, Enxuta, GM, Maneca SP,  Banespa e Banfort – CE.

Na Perdigão, fez parte da primeira equipe profissional de futebol de salão, e jogou ao lado de outro craque: Jackson, melhor do mundo na época. Na ocasião, foram as maiores contratações da modalidade naquele período.

No seu currículo de títulos, Pança possui três campeonatos estaduais com o Gercan, três catarinenses com a Perdigão, um título gaúcho com o Pelotas, dois campeonatos Sul-Americanos, um Pan-Americano e dois Mundiais com a seleção brasileira, além de ser campeão brasileiro com a seleção paulista e seleção cearense.

Pança gravou o seu nome na história do futebol de salão por fazer parte do primeiro e segundo título Mundial do Brasil. Ao todo, foram três participações em campeonatos mundiais com a camisa verde a amarela. Em 98, ano da terceira disputa, ficou com o vice-campeonato.

Abaixo, mais um momento importante na carreira de Pança, que jogou no clube catarinense de 85 à 87: o primeiro título nacional da Perdigão.

Na tradicional foto, em pé (da esquerda para a direita), o saudoso Ricardo Lucena, Julio Cesar, Jackson , Pança, Sergio Benatti , Marcio e Joaquim (supervisor). Agachados: Nélio (massagista), Paulo Nunes, Ivan, Luiz, Jorge e Adelmo Albiero. (Foto: divulgação)

Em 1987, as já extintas equipes da Perdigão e Transbrasil entraram em quadra pelo campeonato nacional daquele ano, na época denominado Taça Brasil, competição que ainda existe. Na oportunidade equivalia a Liga Nacional, e foi a primeira conquista da Perdigão nesta competição, fato que se repetiria por mais uma oportunidade (em 1990).

Jogando em São Paulo, a Perdigão levou a melhor ao vencer a Transbrasil por 2 x 1. Em um jogo tenso e com muito equilíbrio, o gol do título só veio na terceira prorrogação com morte súbita, anotado por Júlio César. O Ibirapuera estava lotado, a torcida da Perdigão de Videira viajou para acompanhar a partida.

O jogo da final

Em um jogo dramático, que teve três prorrogações e mais de duas horas de duração, a Perdigão de Videira (SC) derrotou a Transbrasil de São Paulo e conquistou a 14ª Copa Brasil de Clubes Campeões de Futebol de Salão de forma invicta. A partida foi realizada no dia 11 de Abril de 1987, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

Segundo os jornais da época, foi uma grande final.  De um lado, a rápida, aplicada e determinada equipe da Perdigão e, do outro, o time do Transbrasil, com o seu tradicional estilo clássico e paciente. O empate em 1 a 1 no tempo normal, gols de Morillo (Transbrasil), no primeiro tempo, e de Júlio para a Perdigão, no segundo tempo, levaram a decisão para a prorrogação.

Veio a primeira prorrogação, em dez minutos, e com ela, a emoção. Mais agressiva, a equipe da Perdigão esteve mais perto  da vitória, porém o placar seguiu sem alterações.

Persistindo o empate em 1 a 1, foi iniciada a primeira prorrogação de cinco minutos, conhecida como “roleta russa”, já que termina com a marcação do primeiro gol. E nesses cinco minutos as chances foram também praticamente iguais. A melhor foi da Perdigão, que teve tudo para definir a partida, numa bola chutada por Júlio, que se chocou com a trave. O Transbrasil também teve a sua grande chance, quando Douglas chutou de curta distância, obrigando o goleiro Pança, no reflexo, defender com o pé. O título brasileiro foi decidido na terceira prorrogação, na altura dos três minutos, quando o ala Jackson (melhor jogador em quadra), depois de limpar a jogada com muita categoria, lançou o jovem Júlio na entrada da área do Transbrasil, que também com muita tranquilidade marcou o gol que definiu a partida

Delegação da Perdigão que esteve em São Paulo:

Francisco Paulo golini (Diretor), Paulo Cezar Mussalen (Técnico), Dr. Hélio Neto P. de Melo Filho (Médico), Joaquim Carlos Pereira Guedes (Supervisor), Ricardo Lucena (Preparador Físico), Nélio Dênis (Massagista), Adelmo Albiero (Mordomo).

Atletas: Norberto, Valdecir, Pança, Márcio, Benatti, Júlio, Fabinho, Paulinho, Ike, Jackson, Luiz Jorge, Ivan e Ricardo.

 

 

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