“Onde tudo começou”: aquecimento pré-jogo e bolada na cara do pai

Sempre contando mais detalhes sobre a carreira de ex-salonistas que marcaram época no futebol de salão, nesta sexta-feira vamos relembrar alguns casos e passagens marcantes de Radamés, ex-Gercan, Água Branca, GM, Alcan, Palmeiras, Circulo Militar, Braido, Denora e Cães Vadios na série “Onde tudo começou”.

O ex-ala despontou quando ainda jogava na categoria de base do Ypiranga, mas antes brincava com amigos nos poucos campos de várzea que tinham perto de onde morava. “Na minha época os campos de várzea já começaram a desaparecer e, no colégio Olivetano de Vila Esperança onde eu estudava, tinha uma quadra de futebol de salão onde eu e meu amigo Bacic começamos a jogar. Dali fomos para as categorias menores do Ypiranga onde ficamos até o juvenil. Depois joguei o juvenil pelo Palmeiras, dali fui para o Círculo Militar onde joguei com o Pança, Paulinho Rosas e João Luís. Do Círculo fomos para o Gercan e nos juntamos com Douglas e Valmir Preto, e fizemos uma carreira vitoriosa”, conta Radamés.

Equipe da GM. Radamés é o terceiro em pé, da direita para à esquerda. (Foto: arquivo pessoal)

Trilhando seu sucesso no futebol de salão, o ex-jogador teve grande destaque com as camisas do Gercan e Água Branca, sendo tricampeão Metropolitano (dois pelo Gercan e um pelo Água Branca); pentacampeão Paulista (quatro pelo Gercan e um pelo Água Branca); campeão Brasileiro pelo Água Branca; e campeão Brasileiro Universitário (FUPE).

Time do Água Branca. Radamés é o terceiro em pé, da esquerda para à direita. (Foto: arquivo pessoal)

Os ótimos momentos nos clubes credenciaram Radamés à chegar na seleção brasileira. Com a camisa nacional, foi campeão Sul-Americano. Entre os seus prêmios individuais estão: 2x Tênis de Ouro (1980 e 1982),  e troféu Futsal Melhor do Ano, em 1983.

Nos tempos atuais, o atleta pode se dedicar exclusivamente a prática esportiva do futsal. Entretanto, naquela época era comum ver jogadores conciliando suas profissões nas quadras e fora das quatro linhas. Com o paulistano de 57 anos não era diferente, Radamés além de ser atleta também atuava no ramo de vitaminas, ocupação que segue até hoje. O morador do bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo, também é formado em Engenharia Civil.

Em relação a dinâmica de jogo do seu tempo e atual, ele diz. “O futebol de salão sempre foi um jogo mais dinâmico, envolvente e de raciocínio rápido”, fator esses que o motivavam. Sobre o futsal atual, ele possui uma posição contrária de pessoas com quem já conversou sobre o assunto. “Diferentemente de alguns atletas da minha época, eu gosto do futsal da maneira como está sendo jogado hoje. A mudança das regras proporcionou um jogo com maiores variações táticas, dinamismo e muito mais atraente para quem está assistindo. Costumo falar que, na verdade, é um outro jogo”, ressalta.

Não tendo um pensamento diferente de ex-jogadores, Radamés sempre defendeu também a inclusão da modalidade na Olimpíada, e acredita que dessa maneira o futsal terá o seu devido reconhecimento.

Defendendo a seleção brasileira, Radamés é o terceiro em pé, da direita para à esquerda. (Foto: arquivo pessoal)

Casos curiosos são sempre bem-vindos no “Onde tudo começou”, e com Radamés não será diferente. O causo contado por ele chamou atenção do próprio ex-atleta, já que envolveu um membro importante da família que ele faz questão de enaltecer: seu pai. “Desde criança o meu maior incentivador sempre foi meu pai, que me acompanhava em todos os jogos”, diz, em tom de homenagem.

“Fomos fazer a final do Campeonato Paulista, Gercan e Transbrasil, no ginásio do Ibiraquera. Durante o aquecimento pré-jogo fazíamos os chutes a gol, e não é que em um destes chutes eu acertei uma pessoa no meio da arquibancada?”, relata até então sem saber quem tinha sido acertado. “O massagista da Transbrasil, o Osmar, foi atendê-lo, a bola quebrou o óculos e mais surpreso fiquei quando vi que tinha acertado bem o meu pai no meio da arquibancada do Ibirapuera. Ainda bem q não foi nada de grave!”, conta o ex-salonista.

Radamés é o quarto agachado, da direita para à esquerda, ao lado de Miral. (Foto: arquivo pessoal)

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