“ONDE TUDO COMEÇOU”: “O salão só me deu alegrias, abriu portas”

Ex-ala, o homenageado desta sexta-feira do “Onde tudo começou” é Carlos Romão ou como é mais conhecido nas quadras o Ramonzinho, natural de São Paulo (SP), 65 anos, Economista formado pela PUC-SP.

Reside em Montevidéu onde atua como Diretor de empresa com sede em Bolonha a qual negocia atletas profissionais e cuida de suas carreiras, confira:

INÍCIO
Foi em um jogo treino do time da escola contra o mirim do Palmeiras. O técnico do Palmeiras chamava-se Adelbio e era a estrela máxima do time principal. Depois do jogo ele me convidou para fazer parte do elenco. Tinha 11 anos. Um fato interessante, como no colégio era chamado pelo sobrenome “Romão”, quando ele (Adelbio) veio fazer o convite entendeu que o meu nome era Ramon, não corrigimos na hora e assim ficou como forma de apelido.

TÍTULOS
4 x Torneio Inicio
8 x Campeão Paulista
4 x Campeão Estadual Paulista
2 x Vice Campeão Estadual Paulista
1 x Campeão Estadual Gaúcho
1 x Vice Campeão Brasileiro Inter Seleções
1 x Campeão Sul Americano Inter Clubes
1 x Campeão Copa Cone Sul – Seleção Brasileira

BANCÁRIO
7 x Campeão Paulista
3 x Campeão Brasileiro Inter Seleções
2 x Campeão Rio-São Paulo

CLUBES E SELEÇÕES
– S.E. PALMEIRAS
– SÃO PAULO F.C.
– A.A.BANCO DO BRASIL
– S.C. INTERNACIONAL PORTO ALEGRE
– E.C.BANCO MERCANTIL

– SELEÇÃO PAULISTA

– SELEÇÃO BRASILEIRA

PESSOAL
O salão só me deu alegrias, abriu portas.
Preciso agradecer a todos que me deram oportunidades.
Sempre contei com o apoio de todos. Companheiros, técnicos, dirigentes, pessoal do corpo médico, da preparação física,  amigos, professores, especialmente do meu saudoso pai que não perdia um treino.
Essa interação familiar gerou o surgimento de meu irmão mais novo, o Ramon, que mais tarde se tornaria o expoente máximo da família na modalidade, não por acaso hoje Presidente da Federação Paulista.

PERSPECTIVA
O ex-técnico Flavio Varella dizia que o futebol de salão era um esporte pra ser praticado por atletas com QI acima da média. Ele estava certo. O salão da bola pesada era um xadrez jogado em quadra.
Nos anos 60 era a modalidade que mais crescia e com maior número de atletas federados.
Na minha opinião o  grande erro foram os dirigentes da época (início dos anos 90) terem se deixado iludir pela FIFA e terem entregue a ela o comando da modalidade. Todos acreditavam que com essa junção a modalidade finalmente seria olímpica o que até o momento não aconteceu.
As mudanças de regras descaracterizaram o esporte que praticávamos na época , tirando a técnica e colocando a correria no lugar.

HISTÓRIAS
Para poder honrar os compromissos no fim do mês o Palmeiras fazia jogos amistosos nos finais de semana e cobrava uma quota por jogo. Geralmente no norte do Paraná, uma região que sempre teve o Salão como segundo esporte.
Fazíamos três a quatro jogos nos sábados e domingos. Em ginásios grandes, modernos e também em quadras de cimento, sem cobertura com carrocerias de caminhões servindo de arquibancadas.
Em uma dessas o prefeito que tentava a reeleição bancou a quota e fez questão de entrar junto com os times com direito a fogos de artifício e tudo.
Mas ele alongou o seu discurso em quase uma hora e antes que a bola rolasse caiu um toró que impediu a realização da partida. O prefeito teve que correr do povo irado.
Depois o empresário nos contou que ele não conseguiu se reeleger.
Culpa de São Pedro.

Grande abraço aos amigos da “Bola Pesada”.

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